quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

AOS MEUS AMIGOS

Com o progresso fomos nos esquecendo de soluções simples que podem contribuir com a qualidade de vida neste nosso planeta já tão duramente explorado. O lixo urbano, aquele que produzimos em nossas casas, constitui-se num dos grandes vilões do meio ambiente. Felizmente há muita gente preocupada com a salvação do planeta, o que não significa que o problema tende a ser rapidamente resolvido. Mas, pensar, falar e discutir o tema faz parte do processo que nos levará a dias melhores.

Neste meu blog, além de tratar dos temas gerais do que os ecologistas chamam de 3 R's (REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR) elegi o processo de tratamento dos resíduos orgânicos como minha bandeira de luta.

Charles Darwin, o grande Naturalista e autor da famosa Teoria da Evolução, há mais de um século já tinha estudado a fundo a importânica das minhocas na conservação do solo e por extensão da vida.

O objetivo deste meu blog é focar no nicho específico da cultura da minhoca em ambiente doméstico contribuindo para a redução da poluição ambiental. Todos nós podemos e devemos fazer algo para tornar o planeta Terra melhor. É bom para nós e melhor ainda para as gerações futuras.

Depois de pesquisar soluções possíveis para o trato dos residuos orgânicos de minha casa, encontrei o sistema Minhocasa. Dispus-me a divulgá-lo na minha malha de contatos e assim dar minha contribuição direta para a melhoria do meio ambiente. Há, contudo, outros sistemas de boa qualidade disponíveis no mercado. Sugiro efetuarem pesquisa na Internet.

Com o sistema Minhocasa de minhocultura em casas ou mesmo apartamentos (falo deste porque este eu conheço e uso), você deixará de dispor das sobras orgânicas de seu lar dispensando a coleta do lixo e ao mesmo tempo produzindo fertilizantes limpos para uso no seu jardim, na sua horta ou nas plantinhas que gosta de cultivar em casa. Além de contribuir com o planeta, o sistema de minhocultura doméstica é um agradável hobby.

Estou sempre a disposição dos amigos para mais esclarecimentos ou para saber como comprar o kit Minhocasa: epinto2008@gmail.com

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

SISTEMA MINHOCASA DE MINHOCULTURA

O sistema Minhocasa de minhocultura é um sistema vivo balanceado, auto-regulável e sem mau cheiro projetado para ajudar as pessoas a reduzirem, reutilizarem e reciclarem o seu lixo orgânico como restos de comida, podas de jardim e papéis, preservando o meio ambiente.

Consiste em três caixas, uma tampa, um garfo de jardim, uma torneira, cama de composto e/ou húmus, matrizes de minhocas e um manual de instruções. Colocando as minhocas para trabalhar neste sistema inovador você estará convertendo suas sobras de alimentos e resíduos orgânicos em um rico nutriente, fertilizante natural que suas plantas de vaso, jardim ou horta vão adorar.

O Sistema Minhocasa na prática:

O kit Minhocasa é fornecido com:

  • 3 caixas,
  • uma tampa,
  • um ancinho/garfo de uso em jardinagem,
  • uma torneira,
  • cama de composto e/ou humus, matrizes de minhocas,
  • manual de instruções,
  • guia prático e
  • um folder.

Pesquise na Internet os fornecedores do Sistema Minhocasa ou outro equivalente.

A compra, se for o caso, deve ser feita diretamente com esses fornecedores. 


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

INFORME CIENTÍFICO SOBRE AS MINHOCAS

(Tudo o que você precisa saber sobre minhocas antes de se envolver no processo de minhocultura. Texto extraído da Wikipédia)

Informe Geral:
As minhocas são animais anelídeos da classe Oligoqueta, ordem Haplotaxida, distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo. Algumas, de apenas centímetros e outras com um a dois metros de comprimento, casos nos quais são conhecidas como minhocuçus. O seu corpo é formado por anéis (segmentos corporais). São ainda conhecidas pelos nomes populares de bichoca e isca (principalmente quando usadas na pesca).Elas vivem enterradas (são animais subterrâneos), escavam galerias e canais, buscando abrigo e restos vegetais, seu principal alimento, ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens, que compõem o húmus.

As minhocas têm o corpo cilíndrico, alongado, com a boca e o ânus, em extremidades opostas; e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo da região anterior. Passando o dedo na sua região ventral, de trás para frente, sentimos que a pele do animal é áspera, devido à presença de fileiras de microscópicas cerdas de quitina. As minhocas fixam as pontas das cerdas no solo, facilitando o seu deslocamento, quando contrai a forte musculatura da parede do corpo.
A epiderme das minhocas é coberta por uma fina cutícula de quitina e produz bastante muco, o que as torna viscosas, diminuindo o atrito com o solo e facilitando o deslocamento. O muco ainda protege a pele quando em contato com substâncias tóxicas ou nocivas e garante a umidade indispensável para as trocas dos gases respiratórios em toda a superfície do corpo. Esta é a chamada respiração cutânea.

Os órgãos internos da minhoca:As minhocas têm um sistema digestivo completo, que inicia na boca e termina no ânus. Na sua porção anterior, há uma grande câmara, o papo, e, em seguida, uma moela, que tritura o alimento. Segue-se um longo intestino, até o ânus, no último segmento.
O sistema circulatório é fechado, com uma grande rede de vasos muito finos, os capilares, sob a pele, para a troca de gases com o ambiente. É o mesmo tipo de circulação dos vertebrados. O sangue das minhocas é vermelho, por causa da hemoglobina, o mesmo pigmento encontrado nos glóbulos vermelhos dos vertebrados. Em cada segmento do corpo há uma câmara interna, cheia de um líquido aquoso. Daí são retiradas substâncias de excreção, através de órgãos especiais que se abrem na pele, por poros microscópicos.
O sistema nervoso é representado por gânglios na cabeça e ao longo da região ventral do corpo. Os gânglios são formados por grupos de células nervosas que funcionam como centros de coordenação das diversas funções no corpo do animal. A minhoca também apresenta sete corações distribuídos entre os anéis de seu corpo.

Reprodução:
As minhocas são seres hermafroditas incompletos, pois cada indivíduo tem testículos e ovários, ou seja, podem se preproduzir sozinhas. No entanto, o animal não se reproduz sozinho, dependendo sempre da união com outro para a troca de espermas, o que é chamado de fecundação cruzada. Na cópula, os dois animais se unem pelo clitelo, que produz bastante muco. Feita a troca de espermas, os dois vermes se separam. Em seguida, cada um dos vermes produz um casulo cheio de ovos, depositando-o no solo. Após alguns dias, pequenos vermes saem dos casulos.

Espécies brasileiras:
No Brasil existem em torno de 260 espécies de minhoca classificadas em 18 famílias (sendo a mais comum a família Glossoscolecidae), apesar de que a maioria das espécies mais frequentes em solo brasileiro são estrangeiras introduzidas por fins comerciais (tais como a Eisenia fetida, originaria do oeste os EUA, e a Eudrilus eugeniae, originária da África). Dentre as espécies nativas destacam-se a Glossoscolex giganteus, a primeira espécie descrita no Brasil (em 1836 por Leuckard, com espécime encontrada no Rio de Janeiro); a Pontoscolex corethrurus, considerada a espécie mais comum em solo brasileiro; e Rhinodrilus alatus, conhecido popularmente como minhocuçu, endêmico do cerrado central do estado de Minas Gerais e que tem em média 60 cm de comprimento.

(Wikipédia)

REDUZA - REUTILIZE - RECICLE

Reciclagem é um tema que está em alta hoje. Mas você sabia que ela deveria ser a última opção quando falamos em lixo? Quando se trata de lixo, a primeira coisa que deveríamos pensar é: REDUZIR/EVITAR. Compre menos! O consumismo é um enorme convite ao agravamento do problema de lixo que existe hoje no mundo. Antes de comprar, pergunte-se se você realmente necessita daquilo. Se você necessita, procure o mesmo produto que não esteja excessivamente embalado. Dê preferência ao que não é descartável: a indústria dos eletrônicos descartáveis hoje em dia, não facilita muito a vida nesse aspecto, mas se pensarmos em manter conosco apenas o que nos é útil, sem pensar muito em luxo e nos atrativos dos últimos lançamentos tecnológicos, estaremos sem dúvidas colaborando para um muito com menos lixo, sem contar que nosso bolso também irá agradecer!
Utensílios descartáveis também devem ser evitados ao máximo. No seu ambiente de trabalho, utilize uma caneca ou copo de vidro/louça/plástico, e evite o uso dos copinhos descartáveis. Nos eventos festivos, evite também os descartáveis. “Lavar louça dá trabalho, e ainda gasta água”, pode pensar você. Mas lembre-se de que a água que fará falta para o mundo um dia, não é aquela que você utiliza para lavar a louça, e sim, a água que é desperdiçada quando a louça é lavada com a torneira aberta o tempo todo! Ou seja, em qualquer situação de desperdício. Para tampar os alimentos, dê preferência sempre aos vasilhames com tampa, ou então, utilize aquelas “touquinhas” de plástico que tampam muito bem os alimentos, e que podem ser lavadas e reutilizadas. Assim, você EVITA e REDUZ a utilização de filmes plásticos ou papel-alumínio.
Ao passear com seu cão, também seria interessante utilizar um pote plástico com tampa para acondicionar as fezes que você recolhe, ao invés dos saquinhos plásticos. Esse pote pode ser lavado sempre, e você REDUZ e EVITA a utilização de sacos plásticos.

REUTILIZE!!
Agora que você precisa se desfazer de algumas coisas, primeiro pergunte-se se aquilo realmente precisa virar lixo, ou se pode de alguma forma ser reaproveitado. Para os aparelhos eletrônicos, pense sempre em consertá-los antes de descartá-los. Muitas vezes o preço para o conserto, é praticamente o preço de um novo aparelho. Bem, você irá gastar praticamente a mesma coisa consertando ou comprando um novo, mas para a natureza, o preço da compra de um novo aparelho pode sair bem caro! Portanto, se para você o gasto será praticamente o mesmo, pense então no lado da natureza. Conserte!
Há diversas formas criativas de se aproveitar aquilo que não lhe serve mais. CD´s podem virar esculturas, relógios, porta-copos... Engrenagens e ferros podem virar esculturas, dentre muitas outras opções para vários outros descartes. Antes de jogar alguma coisa no lixo, procure saber se na sua cidade, há artesãos que aproveitam “entulhos”, ou se aquilo, de alguma forma, poderia ser doado para uma instituição de caridade ou alguma ONG que realize projetos ambientais. Os sacos de ração, por exemplo, podem ser excelentes sacos de lixo! Aproveite-os como tal, e diminua o consumo de sacos de lixo novos.

Só então, pense em RECICLAGEM.

A reciclagem sempre envolve o PROCESSAMENTO e a TRANSFORMAÇÃO (sendo, portanto, diferente de REUTILIZAÇÃO ou REAPROVEITAMENTO), envolvendo gastos com água e/ou energia. Por isso sempre devemos pensar na reciclagem como última opção (porém não menos importante), sempre atrás da REDUÇÃO e REUTILIZAÇÃO do lixo. Até mesmo, porque nem tudo é reciclável.
A reciclagem transforma um determinado material em outro semelhante ao inicial (papel, por exemplo), ou em outro totalmente diferente (embora seja constituído da mesma matéria-prima), como as embalagens TETRA PACK, constituídas por PAPEL, POLIETILENO E ALUMÍNIO, e que quando separados durante o processo de reciclagem, dão origem a produtos como caixas de papelão ou telhas de alumínio, dentre outros.
Verifique se na sua cidade há coleta seletiva. Separe seu lixo, e atente-se para o fato de que o lixo reciclável deve estar LIMPO para a coleta e procedimentos de reciclagem. Para lavar o lixo reciclável, gastamos água, (uma das razões para pensarmos principalmente na REDUÇÃO do lixo), mas é importante voltar a lembrar que o consumo consciente da água não tende a gerar problemas para o planeta. O grande problema está no DESPERDÍCIO e na má utilização desse recurso natural tão importante.

O LIXO ORGÂNICO:O lixo orgânico, que são os restos de alimento, nos aterros sanitários ou lixões gera um líquido tóxico, de cor escura e muito poluente, chamado CHORUME, que com a ajuda das chuvas, contamina os lençóis freáticos (importantes fontes de água potável para a população humana), córregos, rios e o solo. O chorume é resultante da decomposição do lixo orgânico.
É importante separar lixo orgânico de lixo reciclável. Mesmo não havendo coleta seletiva na nossa região, nós mesmos podemos dar uma destinação adequada ao lixo orgânico, em nossa própria residência. Existem opções para quem mora em apartamento (minhocários fechados) ou em casa (além dos minhocários fechados, há também os abertos, bem como sistemas de compostagem caseira em tambores). Procure saber se na sua cidade, há alguma instituição que ofereça curso de compostagem/destinação do lixo e/ ou minhocultura.
E AS FEZES DOS CÃES?Muitos guardiões costumam jogar as fezes de seu cão no lixo. Mas é importante ressaltar que devemos evitar tal prática, já que nos aterros ou lixões aonde tudo se mistura, existem pessoas que catam o que se aproveita de lixo reciclável. Coloquemos-nos no lugar desses catadores. Imaginem qualquer peça de lixo reciclável aproveitável retirada dos lixões, que pode gerar recursos para os catadores, toda suja de fezes...
As fezes dos nossos cães, deveriam ter o mesmo destino das nossas: as fossas. Se possível, jogue as fezes dos cães em um vaso sanitário. Caso não seja possível, procure embalar bem as fezes (para isso, procure reaproveitar qualquer saco plástico já utilizado, ao invés de utilizar um novo só para isso), na tentativa de evitar que elas se espalhem pelo lixo reciclável que porventura possa vir parar nas mãos de catadores.

COM TODAS ESSAS AÇÕES: Contribuimos para diminuir a poluição d solo, água e ar. Melhoramos a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população. Prolongamos a vida útil de aterros sanitários. Melhoramos a produção de compostos orgânicos. Geramos empregos para a população não qualificada. Geramos receita com a comercialização dos recicláveis. Estimulamos a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens. Contribuimos para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.
Por: Helena B. Oliveira

fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/

SOBRE AS MINHOCAS


"A minhoca é a melhor amiga do homem", segundo Darwin, que também dizia: "o arado é uma das mais antigas e preciosas invenções do homem, mas antes de sua invenção a terra já era arada pelas minhocas".
Os antigos egípcios, conhecedores do seu valor, já protegiam este patrimônio endeusando-as e punindo com pena de morte quem as maltratassem. É possível, pois, que o Egito não seja uma dádiva do Nilo e sim, das minhocas.
Historicamente, podemos fazer a seguinte cronologia:

1775 - O Reverendo Gilbert White, naturalista, faz os primeiros estudos reconhecendo o valor da minhoca;

1881 - Charles Darwin, naturalista, após 40 anos de pesquisas, publica o espetacular ensaio intitulado: "A formação do humus através da ação das minhocas";

1940 - Dr. George Sheffieid Oliver abandona a medicina e juntamente com o avô fazendeiro em Ohio IEUA, escreve :"Nossa amiga, a minhoca"; porém, foi o Dr. Thomas Barrett, quem primeiro criou-as em cativeiro, sendo portanto o "Pai da criação da minhoca em cativeiro". O Dr. Henry Hopp, do Departamento de Agricultura dos EUA, publica "A ação da minhoca na fertilidade do solo e na produtividade agrícola"; daí entende-se que foi os EUA, o primeiro país a promover a criação da minhoca com interesse comercial e que, hoje, envolve milhões de dólares;

1947 - Hug Carter, primo/irmão do Presidente dos EUA, inicia a comercialização da minhoca na pesca e já em 1973 possuía 15 milhões de minhocas, faturando 10 milhões de dólares na florescente indústria de vermicultura americana.

"A criação de minhocas" afirmava Ray Brown em 1976, da Associação de Marketing dos Criadores de Vermes de Fresno, "transformou-se numa indústria de quase 1 bilhão de dólares no mundo !"
Hoje existem muitos criadores por todo o Brasil e a minhocultura, segundo o Prof. Gilberto Righi do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da USP, deve ser encarada como "uma atividade zootécnica - econômica qualquer, como fonte de proteínas barata na criação de animais e produção de humus, adicionando renda extra ao produtor".

Atualmente, dentre os principais países criadores, destaca-se o Canadá, Inglaterra, Alemanha, Japão, Austrália e Itália, de onde vieram as primeiras espécies chamadas "Vermelhas da Califórnia" para o Brasil através do pioneiro criador Lino Morganti, em 1982. Antes disso, porém, o Prol. Victor Del Mazo Suarez, no Parque Ibirapuera, já estudava e publicava trabalhos sobre a criação de minhocas em cativeiro, como demonstram trabalhos, por exemplo:
"Instruções para fabricação de composto orgânico". Em alguns países, como os EUA, há subvenções e/ou empréstimos com juros baixos para estimular os criadores e em algumas cidades existem programas com a participação da comunidade, tanto na transformação do lixo doméstico em humus como na reciclagem de plantas e flores nos jardins das casas, onde, com a participação de funcionários públicos, há o reenvasamento e troca de vasos a domicílio, e não se espantem, gratuitas, política e ecologicamente corretas!

Objetivos da criação: A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que mensalmente dá ao produtor, colheitas de dois produtos: a minhoca (carne) propriamente dita e o seu humus.
A minhoca é mundialmente criada com as finalidades seguintes: - Pesca, como isca; - Composição de farinhas protéicas para diversos fins; - Indústria farmacêutica para fabricação de medicamentos; - Agricultura, recuperação de solos áridos; - Transformação de resíduos orgânicos industriais, ecologia; - Transformação de restos orgânicos agrícolas, sobras de culturas; - Transformação de restos urbanos: esgoto e lixo; - Alimentação animal, (minhoca viva ou em ração) para: aves, rãs, peixes, camarão, suínos, eqüinos, bovinos, etc...; - Alimentação humana.
Já vimos anteriormente o pioneirismo e enriquecimento de Hug Carter com a criação e utilização da minhoca como isca para a pesca nos EUA. Hoje observamos também o exuberante crescimento dos sítios de lazer tipo pesque-pague nas nossas principais cidades e nas regiões de usinas hidroelétricas (Cesp, Cemig, Furnas, etc...).

Biologia: Estudiosos do assunto acreditam que existam mais de 8.000 espécies destes animais, mas que somente são conhecidas aproximadamente 1.500. Seu comprimento varia de 0,5 mm até 8 m. De um modo geral, as que se adaptam ao cativeiro produzem uma média de 1.500 descendentes por ano, o que nos permite dizer que uma minhoca que nasce em janeiro será bisavó em dezembro do mesmo ano.
Com um tempo de vida médio de 6 a 7 anos, especialistas referem que algumas espécies vivem até 16 anos em habitats que se estendem dos trópicos aos pólos. Recuperando áreas áridas, servem ao homem e a terra há milhões de anos.
Na Escala de Classificação Biológica dos Seres Vivos, a minhoca está assim classificada:
- FILO: Annelida - CLASSE: Oligochaeta - ORDEM: Oligoqueta - FAMÍLIA: Lumbricida - GÊNERO: Lumbricus
Para se ter uma idéia de como é feita esta classificação, no Filo Annelida existem 3 Classes:
- Oligochaeta: poucos pêlos. Exemplo: minhocas - Polichaeta: muitos pêlos - Hirudine: sem pêlos.
Exemplo: sanguessugas Estes animais têm características em comum que os coloca no mesmo Filo, mas com diferenciações entre si que os dividem em Classes.
As minhocas são, portanto, animais metazoários, invertebrados, com simetria bilateral, corpo segmentado, interna e externamente por anéis. Para melhor entendimento, é como se esses anéis fossem botões superpostos e unidos por um fio. Cada botão (somito) tem uma correspondência tanto externa como interna. O número de somitos varia com as diferentes espécies podendo-se ter de 7 até 500 somitos.

Espécies: É muito difícil precisarmos quantas espécies de minhocas existem na Terra. Estudiosos citam números entre 3.500 e 8.000. A verdade é que cada região possui uma espécie de minhoca nativa, geralmente cinza, mas os pesquisadores e criadores conseguiram desenvolver e adaptar espécies comerciais dentre as quais incluem-se as vulgarmente chamadas "Vermelhas da Califórnia". Dentre as espécies comerciais, citamos:
Eisenia foetida: De origem européia (região centro-ocidental), sua reprodução é antigônica (hermafrodita que se acasala para troca de esperma) com atividade sexual durante o ano todo, produzindo grande quantidade de vermicomposto, dejetos ou humus.
Nos anos 40, foi a pioneira da minhocultura americana. Com tamanho médio de 6 a 8 cm de comprimento, 0,3 a 0,5 cm de diâmetro e pesando cerca de 0,8 gramas, come diariamente a quantidade de alimento equivalente ao próprio peso, utilizando somente 3% deste para as suas necessidades vitais e expelindo 60 a 70% em humus.
Lumbricus rubellus: Originária da Europa (região centro-ocidental), possui como habitat as camadas superficiais do solo. Também é antigônica e com atividade sexual durante todo o ano, produzindo grande quantidade de humus. Substituiu a E. foetida na continuidade da minhocultura americana.
Eudrilus eugeniae: Com hábitos noturnos, esta espécie é originária da África Ocidental, vulgarmente conhecida como 'gigante africana". Sua reprodução é sempre antigônica com grande atividade sexual durante todo o ano.
Chega a atingir 30 cm de comprimento e na falta de alimentos foge em massa dos canteiros. Atualmente, esta espécie é a preferida dos pescadores nos principais centros criadores (Europa e EUA).
A diferenciação entre algumas espécies pode ser observada na extremidade do corpo ("rabo"); a minhoca Eisenia apresenta ponta arredondada e minhoca Eudrilus apresenta ponta cônica.
Sistema nervoso
Possui um sistema nervoso composto por um cérebro rudimentar, do tipo ganglionar escalariforme, que coordena todas as funções vitais e se estende longitudinalmente na parte ventral do corpo. atingindo todos os somitos.
Sistema digestivo
Possui um aparelho digestivo completo, composto de: boca (localizada na parte anterior - prostômio, pequena tromba), faringe, esôfago, papo (moela), estômago, intestino e ânus. Todo tubo digestivo é recoberto ainda pela dupla camada muscular interna, capaz de digerir grande quantidade de materiais, razão pela qual Aristóteles referia-se a elas como "os intestinos da terra". Dotada de glândulas calcíferas que neutralizam a acidez dos alimentos a fim de produzir o humus com pH neutro.

Sistema respiratório e circulatório: As minhocas não possuem pulmões. Sua respiração é cutânea, retirando o oxigênio do ar e do interior do solo através da pele que produz uma substância viscosa auxiliadora (líquido celomático), tanto para a respiração como para a locomoção, pois lubrifica o corpo facilitando sua penetração na terra, protegendo a minhoca e também afastando os predadores devido ao seu odor fétido.
Sabe-se também que é justamente esta substância que confere poderes medicinais à minhoca. Quanto à circulação, possuem 5 pequenos corações em forma de anéis que juntamente com duas redes de vasos - dorsal e ventral, que completam o sistema circulatório fechado.

Sistema renal excretor: Cada anel possui um par de rins rudimentares, os nefrídeos, que filtram o sangue e as impurezas do líquido celomático, formando assim a urina rica em uréia e nitrogênio que é lançada para o exterior através dos orifícios uriníferos, enriquecendo o solo com estas substâncias.

Sistema muscular e celomático: Para melhor entendermos a estrutura física da minhoca, devemos imaginá-la como sendo dois tubos, um dentro do outro e fechados nas extremidades. A epiderme e a dupla camada muscular externa envolveriam o tubo de fora e, internamente, teríamos o aparelho digestivo, com outra dupla camada muscular, ligado da boca ao ânus.
Entre a parede muscular e a parede digestiva existe uma cavidade, como se fosse o interior de uma bexiga, chamada celoma que é preenchida por uma substância, o líquido celomático. As paredes musculares são compostas de duas camadas, a circular e a longitudinal, que são responsáveis pelas funções digestiva, locomotora, de movimentação e penetração no solo, e que dão à minhoca uma força capaz de deslocar obstáculos 60 vezes superior ao seu próprio peso.
Esta dupla camada muscular é responsável pela composição de 70 a 85% de proteínas (peso seco). O líquido celomático, por sua vez, se ajusta às necessidades pressórias com a contração e expansão internas e é expelido sempre que necessário para estes ajustes de movimentos. Tem ainda a função lubrificadora, refrigeradora, protetora e curativa.

Visão e audição: Não possuem olhos nem ouvidos e sim, células lenticulares fotossensíveis bastante desenvolvidas localizadas na pele, através das quais a minhoca percebe a luz e o som, fugindo de ambos os estímulos.

Tato: Células neuroepiteliais responsabilizam-se pelas sensações que provocam a aproximação para o acasalamento, detecção de predadores, prevenção de agressões ambientais (stress) e seleção de alimentos.

Locomoção: As minhocas possuem em média 4 pares de pêlos ou cerdas em cada anel (somito) e através da fixação destes, da força muscular exercida e da lubrificação da pele é que elas locomovem-se cavando o solo e criando galerias por onde, posteriormente, infiltrarão a água e as raízes das plantas e ainda, promovendo melhor arejamento do solo. Sua localização é importante na diferenciação das espécies.

Regeneração: A minhoca é, dentre os animais, a espécie que possui o maior poder de regeneração. Se segmentarmos uma minhoca a partir do 30º anel, ela conseguirá regenerar-se, "recriando a parte do corpo que foi segmentada.
A regeneração será tanto mais rápida quanto menor for o segmento a ser regenerado, tanto anterior como posteriormente". Existem pesquisas sobre a fantástica capacidade cicatrizante do minhocuçu (Rhinodrillus alatus e Glossoscolex spp) que se regenera em apenas 3 horas após ser cortado ao meio.

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